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Refletir - Irreconhecível

Marco Aurelio Brasil
Existem pessoas de muitos credos. Existe um espectro infinito de tipos de cristãos, outro de muçulmanos, outro de hinduístas, outro de espiritistas, há os agnósticos, os deístas, os satanistas e até os maradonistas, mas aparentemente 100% de todos eles têm uma coisa em comum: eles morrem.


A morte é o mínimo denominador comum de todo ser humano, a coisa mais certa que acontecerá a qualquer um. Estranho, então, que ela cause tanto desespero, revolta, ou perplexidade quando acontece. É que ela é o grande inimigo. Ela é a barreira intransponível. Ela é o vírus inoculado num ambiente perfeito, um corpo estranho, porque só corpos estranhos causam desespero, revolta ou perplexidade.


O mais importante é que a morte é um inimigo vencido. Jesus Cristo o venceu. Ele é "a primícia dos que dormem", de modo que se pode afirmar: "Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?"


O Cristo ressuscitado, portanto, é um Cristo vitorioso. Não um vitorioso qualquer, é o vitorioso sobre o maior de todos os inimigos. É o maior vitorioso de todos os tempos.


O curioso é que esse Cristo vitorioso não foi reconhecido por pelo menos três de seus amigos mais chegados. Maria o confundiu com um jardineiro (João 20:15) e os discípulos de Emaús andaram o caminho inteiro ao seu lado sem notar que estavam falando com o Mestre (Lucas 24). Eles reconheceram o Cristo montado num burrinho e aclamado pela multidão, certamente porque aquela visão casava bem com a expectativa que tinham a Seu respeito. Eles reconheceram até o Cristo crucificado, derrotado, impotente, humilhado e torturado. Foi uma surpresa e um choque, mas eles O reconheceram ali. Apenas o Cristo vitorioso parecia um completo estranho.


O Cristo vitorioso é o que se mostra a você hoje. Ele quer dividir a vitória dEle com você, quer que você dê a volta olímpica final com Ele. A maior de todas as vitórias será sua, desde que você reconheça esse tipo de vitória como tal. Desde que você esteja disposto a receber a Deus da forma como Ele é e não como você O idealiza. Se você se apegar a suas frustrações e às imagens que fantasia a respeito de Deus, quando Ele lhe surgir na frente você pode confundi-lo com o jardineiro.

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